A origem da agricultura e da pecuária, isto é,o momento em que o homem evoluiu da coletai da caça para o cultivo do solo e para a criação de animais, respectivamente, data do Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida (± 10.000 a 4.000 anos a.C.). Por se tratar de uma necessidade básica de sobrevivência, admite-se que a agricultura tenha surgido de modo independente em diferentes lugares do mundo, mais provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações. No Período Neolítico as principais áreas agrícolas estavam situadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atual Ira e Iraque), Amarelo e Azul (China). Até o século XVIII, a agricultura era uma atividade rudimentar, instável e de produtividade muito baixa. A partir da Revolução Industrial (século XVIII) até os dias atuais, o desenvolvimento da agricultura do ponto de vista técnico, científico e do volume da produção foi sem dúvida espetacular. Entretanto, esse desenvolvimento só atingiu e beneficiou o restrito grupo de países desenvolvidos em detrimento da grande maioria dos países cuja população permanece minta. Do ponto de vista técnico e científico, bem como dos recursos empregados pelas diversas coletividades humanas, podemos considerar três etapas principais no desenvolvimento da agricultura: arcaica, moderna e contemporânea. Agricultura Arcaica Corresponde à agricultura antiga, ultrapassada, ou seja, aquela que emprega fundamentalmente técnicas, recursos e instrumentos rudimentares de cultivo, tais como a rotação de terras, a energia humana e animal, a enxada etc. Trata-se em essência de uma policultura rudimentar de subsistência e de baixíssima produtividade. Observe a Fig. 25.3. Esse tipo de agricultura ainda pode ser encontrado em diversas partes do mundo, em especial nos países subdesenvolvidos tropicais. No Brasil constitui um exemplo a agricultura itinerante ou sistema de roça (de herança indígena); na América Central, temos a milpa; e, na África, a chitemenê. Agricultura moderna Trata-se da agricultura pós-Revolução Industrial, que é caracterizada, por exemplo, pelo emprego do arado de aço e da debulhadeira (máquina de debulhar cereais), pela aplicação de adubos e corretivos (calcário) e pelo emprego do sistema de rotação de culturas, associado ou não à pecuária. Produto da Revolução Industrial, a agricultura moderna data da segunda metade do século XVIII, tendo se originado na Europa ocidental, mais precisamente na Inglaterra. O desenvolvimento da Revolução Industrial trouxe o aperfeiçoamento dos instrumentos agrícolas, em resposta ao crescimento das cidades e ao conseqüente aumento da demanda de produtos alimentícios. Este último foi, por certo, o principal fator de estímulo ao desenvolvimento e à modernização da agricultura. Essa etapa da evolução da agricultura coincidiu também com. A necessidade de liberação de mão-de-obra para o trabalho nas indústrias,o desenvolvimento da pecuária leiteira na Europa ocidental (França, Dinamarca etc.), nos EUA e, mais tarde, na URSS; o desenvolvimento da floricultura na Holanda; o desenvolvimento dos olivais nas penínsulas Ibérica, Itálica e Balcânica; o desenvolvimento da citricultura na Europa (Espanha, Itália) e EUA (Flórida e Califórnia); o desenvolvimento e expansão da produção de cereais (o trigo, principalmente) nas pradarias dos EUA. Os países desenvolvidos já superaram esse estágio da agricultura moderna, porém os subdesenvolvidos, com raras exceções, ainda deverão levar um bom tempo para ultrapassá-lo. Agricultura Contemporãnia É a fase mais evoluída da agricultura, apresentando elevado grau de integração indústria agricultura, ciência agricultura e capitais ou investimentos agricultura. Caracteriza-se por um elevado grau de mecanização, requerendo a aplicação de conhecimentos científicos da Agronomia, da Química e da Biologia e também a aplicação de capitais e investimentos de grande monta. Essa etapa já foi alcançada pelos países de elevado nível de industrialização no século XX, sendo que os LUA, favorecidos por ótimas condições naturais (clima, solo etc.), pela grande disponibilidade de terras (férteis) e pelo acentuado desenvolvimento científico, industrial e econômico, despontaram como a principal potência agrícola deste século. De 1870 a 1960, a disponibilidade de energia por trabalhador rural nos LUA passou de 1,5 para 40 1W, superando o Reino Unido, o país mais adiantado até então. Nos EUA, a maior utilização de máquinas e equipamentos para as diversas atividades (preparo do solo, plantio, colheita) permitiu aumento da produtividade. Em 1830, a produção de 1 alqueire de trigo exigia três homens/hora de trabalho; na segunda metade do século XX, como uso do trator, a mesma tarefa reduziu-se para 1/8 homem/hora. No período colonial, o setor primário da economia norte-americana ocupava 80 a 90% da sua população ativa. Atualmente, apesar de os LUA serem a maior potência agrícola do mundo, o seu setor primário só absorve cerca de 3% da população ativa. Nos EUA, hoje, a média é de 1 trator por trabalhador rural. Estes outros dados permitem uma avaliação genérica do desempenho e da importância dos LUA na agropecuária mundial: Apesar de a agropecuária participar com apenas 2,2% do PIE e absorver apenas 3% da população ativa total, os LUA são os maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos. Os LUA controlam quase 50% do comércio mundial de trigo e mais de 80% do comércio de milho e soja. Apresentam o maior superávit mundial no comércio de produtos agropecuários e ocupam as seguintes posições na produção agropecuária mundial: soja, milho e carne (1?), algodão, fumo, laranja, aveia e leite (2?), trigo e amendoim (3?).
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