segunda-feira, 27 de abril de 2015


Gonzaguinha - Desenredo (G.R.E.S. Unidos do Pau Brasil)


Composição de Gonzaguinha e Ivan Lins. Faixa 08 do álbum "Gonzaguinha da Vida", de 1979.



No dia em que o jovem Cabral chegou por aqui, ô ô
Conforme diversos anúncios na televisão
Havia um coro afinado da tribo tupi
Formado na beira do cais cantando em inglês
Caminha saltou do navio assoprando um apito em free bemol
Atrás vinha o resto empolgado da tripulação
Usando as tamancas no acerto da marcação
Tomando garrafas inteiras de vinho escocês

Partiram num porre infernal por dentro das matas, ô ô
Ao som de pandeiros chocalhos e acordeão
Tamoios, Tupis, Tupiniquins, acarajés ou Carijós, sei lá
Chegaram e foram formando aquele imenso cordão, meu Deus "quibão"
E então de repente invadiram a Avenida Central, mas que legal
E meu povo, vestido de tanga adentrou ao coral
Um velho cacique dos pampas sacou do piston
E deu como aberto, em decreto, mais um carnaval
E assim, a vinte e dois daquele mês de abril
Fundaram a escola de samba
Unidos do Pau Brasil

terça-feira, 14 de abril de 2015

Eduardo Galeano (1940 - 2015)


Como costumo fazer todas as noites antes de dormir, sempre pego um livro para dar umas folheadas, ainda que, pelo adiantar da hora e pelos compromissos do dia seguinte, muitas vezes o sono me impeça de dar uma esticada na leitura do jeito que gostaria.

Normalmente, dependendo do estado de espírito, dou continuidade aos dois ou três livros que leio de forma simultânea, mas na noite passada, não sei exatamente por qual motivo, aconteceu algo de inusitado nesse meu ritual que corresponde a uma espécie de relaxamento, coisa que lá no fundo tem por propósito não deixar a mente adormecer por completo.

Em vez de pegar um dos livros já estrategicamente dispostos ao meu alcance, procurei na estante o exemplar de As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, e abri uma de suas páginas ao acaso. Por força das circunstâncias ou pura ironia do destino, caí numa parte destinada à Cuba pré-revolucionária (A revolução ante a estrutura da impotência).

Entre os diferentes acontecimentos históricos que descreviam a forma pelo qual os estadunidenses atuavam em terras cubanas, me chamou a atenção um trecho que me fez me pensar no que anda acontecendo no Brasil dos dias atuais, quando, citando Fidel Castro, o escritor uruguaio resgata a frase que diz que "a ignorância é algo muito maior e mais grave do que o analfabetismo".

Sinceramente, não sabia de sua luta contra o câncer. Hoje, ao receber a notícia da morte de Galeano através da minha filha, surpreso e comovido, me lembrei do que havia me ocorrido horas antes. Como por encanto, a frase acima citada surgiu com bastante clareza e me fez lembrar de determinadas reflexões e posicionamentos de um pensador que, mais do que qualquer coisa, enxergava as coisas do mundo e dos homens de forma verdadeiramente simples.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O novo portal do IBGE

O novo portal de mapas do IBGE

Clique aqui para acessar o portal

O novo portal de mapas do IBGE já está disponível em versão beta com 22.066 mapas cadastrados.

As opções de busca podem ser divididas por tema, publicação ou tipo, contando também com a possibilidade da realização de consultas por palavra-chave.

Ao criar uma conta no portal, você também pode salvar os mapas e tabelas visualizados em suas pesquisas.

Além disso, a ferramenta de mapas interativos, o SIGIBGE, permite que você analise dados espaciais, crie anotações, personalize e compartilhe seus mapas.

Fonte: IBGE Mapas

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Continuando nossas publicações sobre os grandes nomes da geografia.

Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser denominada por Possibilismo, em oposição ao Determinismo Geográficoalemão. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa.
La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito.
Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.
La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível, ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos.
Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria lablacheana, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.
Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionaria o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida.
A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Começaremos uma etapa de conhecimento dos grandes geógrafos conhecidos, começaremos a entender os conceitos utilizados por estes e analisaremos os efeitos no nosso tempo moderno.

  Os primeiros serão Alexander Von Humbold e Karl Ritter.

Apesar de a Geografia já ter sido praticada desde os tempos antigos, foi no século XIX que ela se consolidou enquanto ciência moderna, isto é, com o seu próprio objeto de estudo e o seu método científico bem definido. Alexander Von Humboldt (1779-1859) e Karl Ritter (1779-1859) foram responsáveis pela adoção e uso exclusivo da razão para explicar o espaço e suas características físicas e humanas, rompendo com os pensamentos até então marcados pela presença de mitos, crenças e superstições.
Apesar de ambos os autores integrarem, em seus trabalhos, elementos humanos e elementos naturais, observou-se uma distinção que ora se direcionava mais para aquilo que se convencionou chamar de geografia física (Humboldt), ora para aquilo que se convencionou chamar de geografia humana (Ritter).
Ambos também se diferenciaram no método de pesquisa, enquanto Humboldt trabalhava com viagens e observações descritivas, Ritter priorizava as revisões bibliográficas. Enquanto o primeiro era naturista e estudava geologia e botânica, o segundo atuava nos estudos de Filosofia e História.
Apesar de os dois autores serem de origens distintas e praticarem trabalhos diferentes, ambos se assemelhavam no pioneirismo de seus trabalhos em sistematizar o pensamento geográfico, aplicando e atribuindo os seus próprios métodos sobre o estudo das paisagens e territórios.
Alexander Von Humboldt
Humboldt, nascido na recém-unificada Alemanha e de família prussiana, era um grande desbravador e utilizava as suas riquezas para custear os seus deslocamentos pelo mundo, bem como as suas pesquisas sobre as diferentes paisagens. Esteve na Europa, África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Suas anotações renderam volumosos livros e enciclopédias, que contribuíram significativamente para o conhecimento do restante do mundo pelos europeus. Seu legado se consistiu em temas de várias áreas, tais como: climatologia, geomorfologia, biogeografia e muitos outros campos do saber.
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico
O pensamento de Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade.
Em virtude de sua formação e de suas experiências, associava o ser humano e a vida em sociedade às características físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. Tal pensamento foi precursor dos ideais de Friedrich Ratzel, um dos formuladores do determinismo geográfico.
Karl Ritter
Karl Ritter, ao contrário de Humboldt, não realizou grandes viagens exploradoras, sendo um grande leitor dos conhecimentos científicos de sua época. Procurou manter uma perspectiva que integrasse as sociedades e os meios naturais, entretanto, preocupou-se em descrever mais detalhadamente o meio social humano. Bastante influenciado pelo idealismo de Shelling, buscou alcançar a totalidade do conhecimento sobre a terra a partir das somas das partes.
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social
Encontrou, no entanto, muitas dificuldades em aplicar essa concepção sobre as manifestações e comportamentos sociais do homem, uma vez que as atividades humanas não obedecem a um padrão determinado, ao contrário do que ocorre com alguns fenômenos naturais. Por isso, opôs-se a Humboldt e assinalou que a humanidade também exerce sua influência sobre a natureza, através, principalmente, do uso das tecnologias.
Suas ideias de estabelecer leis gerais a partir de induções realizadas com base em estudos locais influenciaram marcadamente a Geografia de origem francesa, da qual Vidal de La Blache foi o seu principal representante.
Apesar das críticas comumente realizadas sobre esses autores, é importante salientar que as obras de Humboldt e Ritter devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em que foram escritas, quando a ciência geográfica não havia se consolidado e que o conhecimento científico passava por outro período.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Modelos energéticos

A partir deste período vou começar abordar a questão da energia, a matriz energética e as novas tecnologias usadas nesse progresso. O primeiro modelo energético a ser abordado sera a Geotérmica.

    Energia geotérmica
A energia geotérmica é, numa definição bastante simples, o calor natural da terra.30 A exploração desta fonte de energia pode ser feita de duas maneiras: a primeira, é o uso direto do calor transferido por condução a partir do interior da Terra até regiões específicas próximas à superfície e a segunda, a utilização de bombas de calor que se aproveitam da diferença de temperatura entre o ambiente e o solo. Os sistemas de exploração direta do calor geotérmico estão restritos às regiões de fronteira entre as placas tectônicas como, por exemplo no “anel de fogo” do Pacífico e na Islândia.
No Brasil, a energia geotérmica é usada quase que exclusivamente para fins de recreação, em parques de fontes termais, como Caldas Novas (GO), Piratuba (SC), Araxá (MG), Olímpia, Águas de Lindóia e Águas de São Pedro (SP).

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os 3 níveis da agricultura

A origem da agricultura e da pecuária, isto é,o momento em que o homem evoluiu da coletai da caça para o cultivo do solo e para a criação de animais, respectivamente, data do Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida (± 10.000 a 4.000 anos a.C.). Por se tratar de uma necessidade básica de sobrevivência, admite-se que a agricultura tenha surgido de modo independente em diferentes lugares do mundo, mais provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por antigas civilizações. No Período Neolítico as principais áreas agrícolas estavam situadas nos vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atual Ira e Iraque), Amarelo e Azul (China). Até o século XVIII, a agricultura era uma atividade rudimentar, instável e de produtividade muito baixa. A partir da Revolução Industrial (século XVIII) até os dias atuais, o desenvolvimento da agricultura do ponto de vista técnico, científico e do volume da produção foi sem dúvida espetacular. Entretanto, esse desenvolvimento só atingiu e beneficiou o restrito grupo de países desenvolvidos em detrimento da grande maioria dos países cuja população permanece minta. Do ponto de vista técnico e científico, bem como dos recursos empregados pelas diversas coletividades humanas, podemos considerar três etapas principais no desenvolvimento da agricultura: arcaica, moderna e contemporânea. Agricultura Arcaica Corresponde à agricultura antiga, ultrapassada, ou seja, aquela que emprega fundamentalmente técnicas, recursos e instrumentos rudimentares de cultivo, tais como a rotação de terras, a energia humana e animal, a enxada etc. Trata-se em essência de uma policultura rudimentar de subsistência e de baixíssima produtividade. Observe a Fig. 25.3. Esse tipo de agricultura ainda pode ser encontrado em diversas partes do mundo, em especial nos países subdesenvolvidos tropicais. No Brasil constitui um exemplo a agricultura itinerante ou sistema de roça (de herança indígena); na América Central, temos a milpa; e, na África, a chitemenê. Agricultura moderna Trata-se da agricultura pós-Revolução Industrial, que é caracterizada, por exemplo, pelo emprego do arado de aço e da debulhadeira (máquina de debulhar cereais), pela aplicação de adubos e corretivos (calcário) e pelo emprego do sistema de rotação de culturas, associado ou não à pecuária. Produto da Revolução Industrial, a agricultura moderna data da segunda metade do século XVIII, tendo se originado na Europa ocidental, mais precisamente na Inglaterra. O desenvolvimento da Revolução Industrial trouxe o aperfeiçoamento dos instrumentos agrícolas, em resposta ao crescimento das cidades e ao conseqüente aumento da demanda de produtos alimentícios. Este último foi, por certo, o principal fator de estímulo ao desenvolvimento e à modernização da agricultura. Essa etapa da evolução da agricultura coincidiu também com. A necessidade de liberação de mão-de-obra para o trabalho nas indústrias,o desenvolvimento da pecuária leiteira na Europa ocidental (França, Dinamarca etc.), nos EUA e, mais tarde, na URSS; o desenvolvimento da floricultura na Holanda; o desenvolvimento dos olivais nas penínsulas Ibérica, Itálica e Balcânica; o desenvolvimento da citricultura na Europa (Espanha, Itália) e EUA (Flórida e Califórnia); o desenvolvimento e expansão da produção de cereais (o trigo, principalmente) nas pradarias dos EUA. Os países desenvolvidos já superaram esse estágio da agricultura moderna, porém os subdesenvolvidos, com raras exceções, ainda deverão levar um bom tempo para ultrapassá-lo. Agricultura Contemporãnia É a fase mais evoluída da agricultura, apresentando elevado grau de integração indústria agricultura, ciência agricultura e capitais ou investimentos agricultura. Caracteriza-se por um elevado grau de mecanização, requerendo a aplicação de conhecimentos científicos da Agronomia, da Química e da Biologia e também a aplicação de capitais e investimentos de grande monta. Essa etapa já foi alcançada pelos países de elevado nível de industrialização no século XX, sendo que os LUA, favorecidos por ótimas condições naturais (clima, solo etc.), pela grande disponibilidade de terras (férteis) e pelo acentuado desenvolvimento científico, industrial e econômico, despontaram como a principal potência agrícola deste século. De 1870 a 1960, a disponibilidade de energia por trabalhador rural nos LUA passou de 1,5 para 40 1W, superando o Reino Unido, o país mais adiantado até então. Nos EUA, a maior utilização de máquinas e equipamentos para as diversas atividades (preparo do solo, plantio, colheita) permitiu aumento da produtividade. Em 1830, a produção de 1 alqueire de trigo exigia três homens/hora de trabalho; na segunda metade do século XX, como uso do trator, a mesma tarefa reduziu-se para 1/8 homem/hora. No período colonial, o setor primário da economia norte-americana ocupava 80 a 90% da sua população ativa. Atualmente, apesar de os LUA serem a maior potência agrícola do mundo, o seu setor primário só absorve cerca de 3% da população ativa. Nos EUA, hoje, a média é de 1 trator por trabalhador rural. Estes outros dados permitem uma avaliação genérica do desempenho e da importância dos LUA na agropecuária mundial: Apesar de a agropecuária participar com apenas 2,2% do PIE e absorver apenas 3% da população ativa total, os LUA são os maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos. Os LUA controlam quase 50% do comércio mundial de trigo e mais de 80% do comércio de milho e soja. Apresentam o maior superávit mundial no comércio de produtos agropecuários e ocupam as seguintes posições na produção agropecuária mundial: soja, milho e carne (1?), algodão, fumo, laranja, aveia e leite (2?), trigo e amendoim (3?).