quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Continuando nossas publicações sobre os grandes nomes da geografia.

Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Sua obra é bastante reconhecida por ser fundadora da corrente de pensamento que veio a ser denominada por Possibilismo, em oposição ao Determinismo Geográficoalemão. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa.
La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito.
Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.
La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível, ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos.
Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria lablacheana, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.
Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionaria o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida.
A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Começaremos uma etapa de conhecimento dos grandes geógrafos conhecidos, começaremos a entender os conceitos utilizados por estes e analisaremos os efeitos no nosso tempo moderno.

  Os primeiros serão Alexander Von Humbold e Karl Ritter.

Apesar de a Geografia já ter sido praticada desde os tempos antigos, foi no século XIX que ela se consolidou enquanto ciência moderna, isto é, com o seu próprio objeto de estudo e o seu método científico bem definido. Alexander Von Humboldt (1779-1859) e Karl Ritter (1779-1859) foram responsáveis pela adoção e uso exclusivo da razão para explicar o espaço e suas características físicas e humanas, rompendo com os pensamentos até então marcados pela presença de mitos, crenças e superstições.
Apesar de ambos os autores integrarem, em seus trabalhos, elementos humanos e elementos naturais, observou-se uma distinção que ora se direcionava mais para aquilo que se convencionou chamar de geografia física (Humboldt), ora para aquilo que se convencionou chamar de geografia humana (Ritter).
Ambos também se diferenciaram no método de pesquisa, enquanto Humboldt trabalhava com viagens e observações descritivas, Ritter priorizava as revisões bibliográficas. Enquanto o primeiro era naturista e estudava geologia e botânica, o segundo atuava nos estudos de Filosofia e História.
Apesar de os dois autores serem de origens distintas e praticarem trabalhos diferentes, ambos se assemelhavam no pioneirismo de seus trabalhos em sistematizar o pensamento geográfico, aplicando e atribuindo os seus próprios métodos sobre o estudo das paisagens e territórios.
Alexander Von Humboldt
Humboldt, nascido na recém-unificada Alemanha e de família prussiana, era um grande desbravador e utilizava as suas riquezas para custear os seus deslocamentos pelo mundo, bem como as suas pesquisas sobre as diferentes paisagens. Esteve na Europa, África, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Suas anotações renderam volumosos livros e enciclopédias, que contribuíram significativamente para o conhecimento do restante do mundo pelos europeus. Seu legado se consistiu em temas de várias áreas, tais como: climatologia, geomorfologia, biogeografia e muitos outros campos do saber.
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico
Alexander Von Humboldt, um dos mais importantes nomes do pensamento geográfico
O pensamento de Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade.
Em virtude de sua formação e de suas experiências, associava o ser humano e a vida em sociedade às características físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. Tal pensamento foi precursor dos ideais de Friedrich Ratzel, um dos formuladores do determinismo geográfico.
Karl Ritter
Karl Ritter, ao contrário de Humboldt, não realizou grandes viagens exploradoras, sendo um grande leitor dos conhecimentos científicos de sua época. Procurou manter uma perspectiva que integrasse as sociedades e os meios naturais, entretanto, preocupou-se em descrever mais detalhadamente o meio social humano. Bastante influenciado pelo idealismo de Shelling, buscou alcançar a totalidade do conhecimento sobre a terra a partir das somas das partes.
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social
Karl Ritter, considerado o criador da Geografia Humana e dos estudos sobre o espaço geográfico social
Encontrou, no entanto, muitas dificuldades em aplicar essa concepção sobre as manifestações e comportamentos sociais do homem, uma vez que as atividades humanas não obedecem a um padrão determinado, ao contrário do que ocorre com alguns fenômenos naturais. Por isso, opôs-se a Humboldt e assinalou que a humanidade também exerce sua influência sobre a natureza, através, principalmente, do uso das tecnologias.
Suas ideias de estabelecer leis gerais a partir de induções realizadas com base em estudos locais influenciaram marcadamente a Geografia de origem francesa, da qual Vidal de La Blache foi o seu principal representante.
Apesar das críticas comumente realizadas sobre esses autores, é importante salientar que as obras de Humboldt e Ritter devem ser analisadas levando-se em consideração o contexto em que foram escritas, quando a ciência geográfica não havia se consolidado e que o conhecimento científico passava por outro período.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Modelos energéticos

A partir deste período vou começar abordar a questão da energia, a matriz energética e as novas tecnologias usadas nesse progresso. O primeiro modelo energético a ser abordado sera a Geotérmica.

    Energia geotérmica
A energia geotérmica é, numa definição bastante simples, o calor natural da terra.30 A exploração desta fonte de energia pode ser feita de duas maneiras: a primeira, é o uso direto do calor transferido por condução a partir do interior da Terra até regiões específicas próximas à superfície e a segunda, a utilização de bombas de calor que se aproveitam da diferença de temperatura entre o ambiente e o solo. Os sistemas de exploração direta do calor geotérmico estão restritos às regiões de fronteira entre as placas tectônicas como, por exemplo no “anel de fogo” do Pacífico e na Islândia.
No Brasil, a energia geotérmica é usada quase que exclusivamente para fins de recreação, em parques de fontes termais, como Caldas Novas (GO), Piratuba (SC), Araxá (MG), Olímpia, Águas de Lindóia e Águas de São Pedro (SP).